Finalmente consegui postar o novo capítulo da fic "todos juntos". Eu sei que demorou muito tempo desde a última vez que postei um capítulo da fic, e peço desculpa por isso, mas só agora consegui postar.
Espero que gostem
Capítulo 16 – “A Conversa”
Livro 3 –
Adriana
Quando eu e o
Benji regressámos a casa, ainda não conseguíamos acreditar no que se passara. A
Numi estava internada numa clínica para doidos, eu sei que é uma expressão
muito má, mas era a palavra que a descrevia melhor: doida.
O Benji sentou-se
no sofá e levou a mão á cabeça. Eu fui à cozinha, abri o frigorífico e de lá
retirei uma garrafa de sumo de laranja natural que Luísa, a nossa empregada,
tinha feito naquela manhã. Abri o armário, retirei dois copos e verti o conteúdo
da garrafa lá para dentro. Guardei o que sobrou do sumo no frigorífico e fui-me
sentar ao pé do meu irmão, oferecendo-lhe um dos copos, que ele aceitou com
agrado.
- Obrigada –
Disse o Benji.
- De nada –
Respondi.
Enquanto bebíamos
o sumo, pensávamos na cena a que acabáramos de assistir. Olhei para ele e vi
uma pequena lágrima a escorrer-lhe pelo rosto.
- Benji…
Dei-lhe um abraço
apertado, ele continuava a chorar. Eu entendia-o. Apesar do que tinha feito à
Sni, Numi tinha sido sua namorada durante muito tempo. Tinham passado bons
momentos juntos, e era natural que ele se sentisse triste ao lembrar-se deles e
ao perceber que tudo tinha acabado por causa de ciúmes doentios, parvoíces.
- Não chores –
Disse – Não vale a pena.
- Eu sei. Mas não
consigo acreditar no que se tornaram os ciúmes que a Numi sentia.
Ciúmes. A
discussão entre mim e ela. O atropelamento. O internamento. Numi não estava
bem, e acho que interna-la foi a melhor decisão que os seus pais podiam ter
tomado, apesar de ser dolorosa para ambas as partes.
Estávamos ambos
em silêncio quando o telefone toca. Eu levantei-me e fui atender.
- Estou sim?
- Adriana? –
Respondeu uma voz do outro lado da linha.
- Sim sou eu.
Quem fa…Snizhana!
Assim que ouviu o
nome da namorada, Benji deu um salto no sofá e dirigiu-se a mim, arrancando-me
o telefone das mãos.
- Snizhana! –
Gritou ele para o telefone – Querida, como estás? Estás melhor? Tens muitas
dores?
Eu carreguei no
botão de altifalante, mas o Benji nem se apercebeu que eu o fiz, pois continuou
agarrado ao telefone como se o mundo fosse acabar e o telefone fosse a única
maneira de se salvar.
- Calma, Benji –
Disse Sni – Sim, estou melhor. Já não tenho tantas dores, mas o médico disse
que eu tenho de estar em repouso absoluto.
- E estares a
gritar com ela dessa maneira não vai ajudar – Disse, repreendendo o meu querido
irmão.
Ele olhou-me,
percebendo, só naquele momento, que o telefone estava em altifalante.
- Eu só estou
preocupado com o estado de saúde da minha namorada – Respondeu – Isso agora é
um crime?
Ele não tinha
remédio.
- Não, não é. Mas
podias falar um pouco mais baixo.
- Tá bem. Mas,
meu amor – Disse ele, falando para o telefone – Eu vou já para aí. Não saias
daí.
- Como se isso
fosse possível! – Gritou ela, mas ele já tinha desaparecido.
Eu peguei no
auscultador, carreguei no botão de altifalante e o telefone voltou ao normal. Tinha
de falar com Sni, tinha de lhe contar sobre a Numi.
- Ele já se foi
embora. Não tarda a chegar aí.
- Ya, eu sei.
- Olha, preciso
de te contar uma coisa.
- O que se passa?
Inspirei fundo,
preparando-me para lhe falar sobre a rapariga que quase lhe tirara a vida.
- É sobre a Numi.
Do outro lado,
houve silêncio. Ela não disse nada, por isso, prossegui com o meu relato.
- Ela foi
internada.
Um tom de
exclamação veio do outro lado da linha.
- O quê? Como assim,
internada?
- Ela tem
problemas mentais. Foi internada numa clínica especializada nesse tipo de
coisas.
Do outro lado
ouvi um “oh meu deus”, como se ela não quisesse acreditar que aquilo fosse
verdade. Ela teve a mesma reação que eu. Tomara, Numi parecia uma rapariga tão
certinha, ninguém esperaria que ela tivesse um desequilíbrio mental.
- Conta-me –
Disse Sni.
E eu contei-lhe a
cena a que eu e o meu irmão tínhamos assistido.
- Como está ele? –
Perguntou.
- Está…normal. Mas
acho que isso o afetou. Temos de admitir: eles os dois tiveram uma história
muito bonita e duradoura. Não é dum momento para o outro que uma coisa dessas
se esquece.
Ela parecia
triste por Benji ainda se preocupar com Numi, mas também parecia entender a
situação em que ele se encontrava.
- Eu sei – Por momentos,
houve uma pausa, até que ela falou de novo – Olha, tenho de desligar. O teu
querido irmãozinho acabou de chegar.
- Tá bem. As melhoras.
Adeus.
- Chau.
Desliguei o
telefone e fui para o meu quarto. Peguei no MP4 e comecei a ouvir música. Estava
muito cansada, por isso, deitei-me na cama. Minutos depois, adormeci.