Último capítulo (18º) – “Todos juntos”
Livro 2 – Jane
O avião poisou no solo francês e
eu esbocei um sorriso muito grande. Estava de volta ao sítio que me fazia feliz
e ao meu príncipe encantado. Bem, ele não tinha saído de nenhum livro de
fantasia, mas, mesmo assim, ele era o meu príncipe, pois era a pessoa que me
fazia feliz.
Fomos para casa.
Eu cheguei ao meu quarto, poisei as minhas malas e saí a correr em direção à
Torre Eiffel. Como eu esperava, ele estava lá. Eu gritei o seu nome e ele
virou-se. Assim que me viu, começou a correr na minha direção. Quando me
alcançou, elevou-me no ar e deu-me um beijo apaixonado, seguido de um abraço
que me ia cortando o ar.
- Jane, meu amor,
senti tanto a tua falta – Ele disse.
- Eu também senti
muito a tua falta – Disse.
Demos outro beijo
e eu convidei-o para ir a minha casa. Estava na altura de o apresentar aos meus
pais. E que fosse o que Deus quisesse.
Livro 3 – Adriana
Apesar de tudo o que fez, Numi
não merecia ter uma morte como aquela. E ela era tão jovem. De cada vez que me
lembrava do momento em que me comunicaram e ao meu irmão a notícia da morte da
Numi, as lágrimas teimavam em cair.
-Flashback on-
Estávamos a sair de casa para irmos
visitar a Snizhana no Hospital. Era o seu último dia lá, ele teria alta no dia
seguinte. Quando o meu irmão fechou a porta, gritos ouviram-se na porta ao
lado, a casa dos pais de Numi. Eu encarei o Benji e decidimos ir lá ver o que
se passava antes de irmos para o Hospital. A porta estava entreaberta. Nós
entramos e encontramos a mãe da Numi no meio de cacos dos pratos, encostada à
parede, e o seu marido abraçado a ela.
- Meu Deus! O que se passa? – Perguntou
o meu irmão.
- Foi a nossa filha – Disse o pai da
Numi – Ela conseguiu fugir da clínica…e teve um acidente de carro.
- Mas ela vai ficar bem, não vai? –
Perguntei – Não é preciso ficarem assim, ela vai recuperar.
- Não – Disse a mãe da Numi – Ela não
vai recuperar. A minha filha…a minha filha morreu.
As lágrimas brotaram dos meus olhos e os
meus joelhos cederam. O meu irmão agarrou-me e abraçou-me. Choramos abraçados
um ao outro.
-Flashback off-
Eu estava a
preparar-me para o funeral da Numi. Calcei os meus sapatos e fui para a cozinha
esperar pelo meu irmão. Momentos depois, ele chegou, e, pela sua cara, vi que
ele estivera a chorar outra vez. Abracei-o e seguimos caminho para o cemitério.
Estava lá muita gente que eu não conhecia, mas estavam lá todos os nossos
amigos. Íamos apoiar-nos uns nos outros. Até a Snizhana lá estava. Apesar de
tudo o que Numi lhe fez e apesar de estar de muletas, Sni fez questão de estar
no funeral, pois, tal como eu, ela achava que Numi tinha morrido de uma forma
muito violenta e que ninguém devia morrer tão cedo.
O padre rezou
pela alma da Numi. A mãe dela estava num choro incontrolável e o pai tentava
acalma-la, mas era impossível. Afinal, a sua filha tinha morrido. Numi podia
não ser sua filha biológica, mas tinham sido aqueles dois seres que lhe tinham
dado o amor e carinho de uns pais que Numi nunca tinha tido. E ela devia-lhes
muito.
Todos dissemos um
“Ámen” por Numi e o caixão foi baixado. Os pais atiraram um ramo de rosas
vermelhas. As pessoas iam atirando também rosas, mas Benji surpreendeu-me
quando atirou um fio com um anel dourado preso. Antes de o atirar, deu-lhe um beijo
e levou-o ao sítio do coração. Atirou-o. Eu atirei uma rosa branca, que se
destacava no meio das rosas vermelhas.
Os coveiros
começaram a por a terra por cima do caixão e todos chorávamos. Quando o caixão
estava completamente coberto, a mãe de Numi deixou-se cair no chão e abraçou-se
à terra que estava por cima do caixão da filha. Nós deixamos um ramo de rosas
brancas junto à mãe de Numi e fomos embora.
Os nossos amigos
foram connosco para nossa casa. Quando lá chegamos, todos se sentaram e ninguém
proferiu uma palavra. Estivemos assim durante um tempo, mas eu sentia que tinha
de dizer alguma coisa e que era a única com coragem suficiente para falar
naquele momento.
- As pessoas
erram – Disse e todos me olharam – Nós somos seres humanos, temos o direito ao
erro. A Numi errou muito, principalmente com a Snizhana, mas ela não merecia
uma morte assim. Ninguém merece.
O Benji
abraçou-se a mim e à Snizhana ao mesmo tempo. Começamos a chorar baixinho, tal
como os outros. Mas aí veio Bruce O Azarento que nos conseguiu arrancar um
sorriso do rosto num momento tão triste.
- Pessoal, tenho
fome – Disse o Bruce – Benji, o que há nesta casa para eu encher a pança?
Desata-mos à
gargalhada, o Bruce era mesmo divertido. Eu levantei-me e fui buscar uns
pacotes de bolachas que tínhamos na despensa e entreguei-os ao Bruce.
- Alguém quer? –
Perguntou o Bruce – Quem quiser fale agora ou cale-se para sempre!
Voltamos às
risadas. Bruce encheu a boca de cookies e quase que deixava cair aquilo tudo ao
tentar rir-se. Levantamo-nos e demos um abraço de grupo.
- Quem me dera
que a Jane estivesse aqui – Disse a Bia.
- Ela pode não
estar aqui connosco, mas todos sabemos que ela faz e sempre fará parte do nosso
grupo – Disse – Pessoal, temos de nos manter unidos. É nestes momentos que a
nossa amizade é posta à prova. Se nos mantermos juntos, unidos, conseguiremos
superar todos os obstáculos.
- Todos juntos –
Disse a Patty.
- Todos juntos –
Dissemos.
E é assim que me despeço de mais uma fic. Talvez faça um capítulo extra
Bjs