Capítulo 15 – “A razão do acontecimento”
Livro 3 -
Adriana
Quando os outros se aperceberam do que se passara, todos
correram em direção dela. Ela estava gravemente ferida, com arranhões nos
braços e pernas e tinha cortado a mão. Ela dizia que a perna lhe doía muito. Provavelmente
tinha partido a perna.
Estavam todos à sua volta e a Beatriz já tinha chamado o 112. As
sirenes das ambulâncias ecoavam ao longe.
Ela soluçava entre gritos de dor e medo. Eu continuava
paralisada, chocada com o que acabara de acontecer. Pelos vistos o Tobi apercebeu-se
disso pois veio ter comigo.
- O que se passa? – perguntou – estás pálida.
Entretanto o Benji aproximou-se.
- Adriana, o que se passa?
- Eu vi…foi ela.
- Ela? Ela quem? Diz-me! – disse o Benji.
- Foi ela. A Numi. Foi a Numi que a atropelou.
- Mas isso é impossível – dizia o Benji – eu conheço a Numi. Ela
a esta hora tem treino de natação. Era impossível ela cá estar.
A Beatriz tinha-se aproximado.
- É verdade – afirmou ela – a Numi esteve cá. Quando estávamos
a entrar no cinema ela agarrou-me e pediu-me desculpa pelo sucedido lá em minha
casa. Perguntou-me se podíamos ser amigas e desejou-me feliz aniversário. Mas,
será que ela era suficientemente louca para fazer isso?
Já nada me surpreendia. Eu sabia que ela era louca. Completamente
louca. Ela ainda gostava do meu irmão e não conseguia aceitar o facto de ele
agora estar com outra rapariga. Aquela miúda tinha de ser internada. E rapidamente.
As ambulâncias chegaram rapidamente e os paramédicos saíram e
socorreram rapidamente a Snizhana. Perguntaram quem iria na ambulância.
- Eu vou – disse o Benji.
O Tobi chega-se perto de mim e agarra o meu braço – sim, vai –
disse ele – eu fico com a tua irmã.
O meu irmão entrou na ambulância e ela partiu rapidamente. Nós
voltamos para os carros e fomos em direção ao hospital.
Chegamos ao hospital e fomos até ao balcão de informações
perguntar onde tinha sido internada a Sni. Deram-nos o número do quarto e
subimos. Só eu e o Tobi é que subimos, pois só eram permitidas três visitas e o
meu irmão já lá estava. Os outros concordaram em ficar na sala de espera. Depois
trocávamos.
Quando chegamos perto do quarto, hesitei. Tinha medo de ver
como ela estava. Entrei e o meu pressentimento confirmou-se. Ela tinha partido
uma perna e estava ligada nos braços e pernas. Olhava para o meu irmão com um
olhar ternurento. Eles estavam mesmo apaixonados. Notava-se nas suas
expressões.
O médico entrou no quarto e o Benji perguntou como ela estava.
O médico disse que ela tinha fraturado a perna direita e que tinha uma pequena
lesão no pulso, mas, que de resto, iria ficar bem. Os cortes iriam sarar. Fiquei
bastante aliviada.
Ouvi passos apressados no corredor. Os pais de Snizhana tinham
acabado de entrar no quarto e nós saímos para que eles podessem ficar mais
confortáveis. Enquanto o médico falava com os pais de Snizhana, eu dirigi-me ao
meu irmão e dei-lhe um abraço – vai ficar tudo bem – disse.
Chegamos à sala de espera e dissemos que não valia a pena
estarmos ali à espera. Explicamos o que tinha acontecido e como ela estava. Eu disse
que tinha sido a Numi, e todos ficaram chocados. Eu iria ter uma pequena
conversa com aquela rapariga.
Voltamos para casa. O Benji estava a abrir a porta quando, ao
fundo da rua se ouviram uns gritos, vindos da casa de Numi. O meu irmão tinha
contactado os pais adotivos dela. Pelos vistos estavam a dar-lhe o devido
castigo. Ela merecia. Já tinha idade para ir a tribunal. Mas isso se veria mais
tarde. Decidimos ir ver o que se passava.
Quando lá chegamos, Numi estava a ser tirada de casa à força,
por dois homens que lhe agarravam nos braços, elevando-a enquanto ela gritava.
- Não, larguem-me! Larguem-me! – gritava ela – Benji,
ajuda-me, por favor! Estes homens querem-me levar! Ajuda-me!
- Querida – dizia a mãe – não te preocupes. Isto é para o teu
bem.
- Não é nada – continuou – Benji, salva-me destes homens! Por favor,
peço-te! Ajuda-me!
Benji teve para lhe responder, mas eu coloquei a mão no seu
braço como que a aconselha-lo a não piorar a situação. Tanto eu como o Tobi estávamos
estupefactos com a lata dela. Quer dizer: primeiro, atropela a namorada do meu
irmão e depois ainda lhe pede ajuda! Sinceramente…
Os dois homens estavam vestidos de branco de cima a baixo e
elevavam Numi com bastante dificuldade, pois ela era resistente.
Olhei para a carrinha, que tinha um nome escrito. O nome era
de uma clínica. Meu deus, eu conhecia aquela clínica. Era uma clínica de
reabilitação de jovens delinquentes e de pessoas desequilibradas.
Eu não
acredito. Pensei. Ela vai ser
internada!
Afinal Numi tinha problemas mentais. Ela era uma jovem desequilibrada.
Provavelmente era devido ao facto de ela ter tido uma infância atribulada. Os pais
tinham-na abandonado à infância e ela tinha sido entregue para adoção. Os seus
primeiros pais adotivos quase que a deixaram morrer de fome e ela foi outra vez
para adoção. Só quando tinha sete anos é que ela encontrou uns pais que lhe
dessem amor e carinho.
Ela é desequilibrada. Concluí.
Por isso é que ela ataca as pessoas
quando não consegue o que quer. Irrita-se com qualquer coisa e magoa as outras
pessoas quando tem inveja do que elas têm.
Os dois homens conseguiram colocar Numi na carrinha. Tiveram de
a amarrar com cordas para que ela não fugisse. Um dos homens ficou com ela na
parte de trás da carrinha enquanto o outro fechou a porta e se dirigiu para o
lugar de condutor. Acenou aos pais adotivos de Numi e arrancou.
Ficamos ali a olhar para a carrinha que arrancara a todo o
motor, levando Numi para ser internada, enquanto a sua mãe chorava e se
perguntava o porquê de tudo aquilo estar a acontecer.
NUMI PRECISAVA MESMO DE SER INTRERNADA . LOOOOL.
ResponderEliminarEU GOSTEI
POIS PERSISAVA.
ResponderEliminarTA FIIIIIIIIIIIXE
CONTINUA ASSSSIM ADRIANA
ADOREI , ESTA ECPETACULAR
ResponderEliminarCONTINUA ADRIANA