Capítulo 9 – “Os melhores 15 minutos da minha vida”
Livro 2 – Jane
Depois de me ter chateado com o Phillip, fui para o parque pensar na minha vida. Afinal, gostava do Pierre ou do Phillip? Se calhar gostava do Pierre. Ou do Phillip. Provavelmente gostava dos dois. Mas eu tinha de fazer uma escolha: o Pierre ou o Phillip. É óbvio que a minha escolha foi o Pierre, pois o Phillip estava, digamos, “reservado” pela minha melhor amiga. Reservado para o resto da vida.
Quando cheguei a casa, disse logo para o meu pai: lamento informar-te mas amanhã bem cedo vou voltar para Paris.
Pai: O quê?! Nem penses! Nem eu nem a tua mãe vamos permitir!
- Tenho a certeza que a mãe me vai apoiar.
Assim que fiz a minha proposta à minha mãe, ela respondeu de imediato: mas é que nem pensar!
Fiquei triste. Pensei que a minha mãe me apoiaria, mas não o fez.
Tranquei-me no quarto. Nem sequer almocei. Estava tão frustrada e ao mesmo tempo desesperada que nem sequer me passou pela cabeça em comer alguma coisa. Estava realmente triste, mas ao mesmo tempo alegre, pois sabia que, em Paris, ele estava à minha espera. Só teria de esperar uns malditos 15 dias para regressar a Paris e reencontrá-lo. Enquanto isso não acontecia, tinha de preparar o meu “discurso” onde eu lhe confessaria os meus sentimentos por ele e ele me diria se sentia o mesmo ou não por mim.
Estive duas horas no quarto sem falar com ninguém. Por muito incrível que seja, até o meu irmão foi bater à porta do meu quarto perguntar se eu estava bem. Como óbvio, eu disse que sim mas que me apetecia estar um pouco sozinha. Cada vez que dizia ou pensava em alguma coisa, lembrava-me dele. Esta era, realmente, a pior visita ao meu país da minha vida!
Decidi fazer uma coisa que, depois de a fazer, sabia que ia ficar de castigo para o resto da minha vida: ir para Paris sem que os meus pais soubessem.
No dia seguinte, de manhã, levantei-me ainda nem eram 7 da manhã. Desci as escadas e fui até à cozinha. Qual foi a minha surpresa que o meu irmão já estava levantado – já? – perguntei.
Zeca: Pois, deves estar muito admirada. Mas como eu sabia que irias tentar fazer tal coisa, decidi tomar uma decisão.
- Que foi…?
Zeca: Decidi…apoiar-te. Eu sei o que é cometer loucuras por amor.
- Ai sabes?
Zeca: Sim, sei. E tu nem imaginas quanto. Por exemplo, uma vez, estava tão apaixonado por uma rapariga que cheguei a tirar dinheiro ao pai para lhe comprar uma prenda, que, a primeira coisa que a tal rapariga lhe fez, assim que se viu livre de mim, foi pô-la no lixo. Acredita, nunca mais fiz tal coisa!
- Deixa-me adivinhar: o pai descobriu e pôs-te de castigo.
Zeca: Sim. Como sabes?
- Fui eu que lhe contei.
Zeca: O quê?! Oh, tu já vais ver! – de repente ouve-se uns barulhos vindos do andar de cima.
- Pára! Os pais vão acordar! Tenho de me despachar!
Zeca: Tens o bilhete?
- Sim, tenho.
Zeca: E as chaves de casa de Paris?
- Também. Deseja-me sorte.
Zeca: Toda a sorte do mundo. Principalmente porque vai ser ÓPTIMO não ter-te aqui durante uns dias.
- Obrigadinha pela parte que me toca.
Zeca: Mas a sério, desejo-te muita sorte.
Já estava dentro do avião quando comecei a pensar: nunca pensei que o meu irmão fosse tão atencioso comigo. Costuma-mos andar sempre às turras!
Quando o avião aterrou na pista de Paris, senti-me muito alegre. Não queria saber se iria ficar de castigo, mas valia a pena para estar com ele, nem que fosse só um minuto.
Quando cheguei ao pé da Torre Eiffel, ele estava a treinar o seu cão.
- Esse cão é muito giro – disse. Ele fez uma cara surpresa mas ao mesmo tempo contente.
Pierre: Jane? Só esperava ver-te daqui a 15 dias! Que boa surpresa!
- Pois…mas eu não consigo ficar longe de ti, Pierre. Eu amo-te com todo o meu coração. Mas tu não sentes o mesmo por mim…
Pierre: Isso é mentira. Eu amo-te tanto! Tu és LINDA! Não sei o que faria sem ti – e beijou-me.
- Pierre…estou…UAU!
Pierre: Ainda bem. Mas, conta-me. Como conseguiste regressar tão depressa? E onde está o teu irmão? Preciso de falar com ele. Acreditas? Eu conheci-o na tarde em que foram embora.
- O meu irmão…ele não está cá.
Pierre: Então, onde está?
- Eu vim sozinha…do Japão…para cá.
Pierre: Só para me veres?
- Sim. Eu não consegui ficar mais tempo longe de ti. E mais uma coisa: os meus pais não sabem que eu aqui estou.
Pierre: Não contas-te aos teus pais? Eles devem estar muito preocupados!
- Não. A minha mãe confia em mim e o meu pai, digamos…confia na minha mãe. E o meu irmão ficou de arranjar algo para os distrair.
Pierre: Jane, eu amo-te muito, mas eu acho que isto foi muito mau! Vamos já voltar ao aeroporto e tu vais voltar para o Japão.
- Mas como? O aeroporto fica daqui a 15 minutos e o próximo avião parte daqui a 10!
Pierre: Não te preocupes – e assobia – Sean! Vem cá lindo!
Aparece o belo cavalo de Pierre que, com um impulso, me puxa para cima dele – vamos Sean – disse.
Chega-mos ao aeroporto em 5 minutos. Estava para entrar no avião quando ele me diz: não te preocupes. Eu espero por ti.
- Mas, Pierre…
Pierre: O tempo que for necessário – beijou-me. Aqueles doces lábios carnudos fizeram repensar em todas as asneiras que tinha feito: pensar que ainda gostava do Phillip?! Que disparate! O Phillip é passado e o Pierre presente, e nada demais!
Aqueles 15 minutos antes da partida do avião foram os melhores da minha vida. Os seus olhos azul-turquesa fixavam os meus, num tom sereno e agradável. O nosso amor superava qualquer barreira…mesmo a distância…
Adorei!Estava demais!Quero ver o que o Zeca fez para distrair os pais e se eles descolbrirem quero ver o que acontece!
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