FanFic “One Shoot” – “Eu, tu e o cão da vizinha”
Lá estava eu a
descansar no meu jardim, ao pé da piscina, quando começo a ouvir um ladrar
insuportável, tal como louças a partir e o meu irmão aos berros. Era tipo “cão
mau isso não se faz”. Depois o cão virava-se contra ele e já era “ah socorro
ele vai-me comer”. Não pude evitar uma pequena risada, apesar de aquilo não ter
piada nenhuma, pois os meus pais não estavam e eu era a responsável pela casa e
pelo meu irmãozinho insuportável de nome André.
Levantei-me e entrei em casa. A
sala estava destruída, os pratos de coleção da minha mãe estavam em cacos no
chão, as almofadas estavam abertas e o meu irmão estava sentado num canto da
sala, com os joelhos puxados ao peito, a tremer de medo por causa da coisa
farfalhuda que se encontrava à sua frente, com a cauda a abanar e a ganir.
- Jelly! – Gritei – Cão mau! Sai
daí.
O cão veio ter comigo e
aninhou-se aos meus pés. Supostamente (só mesmo supostamente), o meu irmão
tinha ficado a tomar conta do Jelly, o cão da nossa vizinha, enquanto ela
passava o fim-de-semana fora. Mas, como sempre, quem acabava por resolver tudo
era eu. Mas desta vez a sala estava um caos e o André é que ia sofrer as
consequências.
Saí da divisão e prendi o Jelly
no jardim para ele se acalmar um pouco. Regressei à sala e observei o meu irmão,
que há momentos atrás se estava a borrar de medo e que naquele momento já se
estava a armar em macho outra vez.
- Eu estou bem – Disse André –
Estou ótimo.
- Sim, nota-se – Disse – Agora,
vais ter que limpar esta bagunça antes dos pais chegarem.
- Sozinho?
- Sozinho.
- Mas eu não consigo limpar isto
tudo sozinho. Vais ter de me ajudar. Porque, se a mãe chegar a casa e encontrar
isto assim, tu também vais ficar de castigo por não teres sabido tomar bem
conta de mim. Sabes que é verdade o que eu estou a dizer.
Odiava quando ele tinha razão.
Começamos a limpar. Estávamos a
ir bem quando ouço um miauf vindo da
rua e qualquer coisa a cair no chão. Só tenho tempo de ver o Jelly a soltar-se
e a correr atrás do maldito gato.
- Raios! – Praguejei – Rápido,
temos de ir atrás dele!
Deixamos cair as vassouras no
chão e desatamos a correr atrás dos dois animais. Corremos rua abaixo, quando
passávamos pelas pessoas dizíamos um “bom dia” muito desleixado e elas ficavam
a olhar para nós com ar de parvas. Veio uma curva e por pouco que não caí, pois
ia a correr muito depressa e mal consegui travar. Continuei a correr até que
chegamos a uma cerca. O gato saltou-a e Jelly estacou em frente à cerca, a
ladrar e com a cauda a abanar.
- Estava a ver que não o
conseguíamos apanhar – Disse - Rápido, ata-lhe a coleira para podermos voltar
para casa.
O André prendeu Jelly e
regressámos a casa. Quando lá chegamos, demos com a nossa mãe a olhar para a
sala, com os sacos das compras nas mãos. Assim que nos viu, mandou-nos um olhar
de diabo. Poisou os sacos no chão e pôs as mãos nas ancas.
- Estamos lixados – Disse André
baixinho.
- Iup, concordo plenamente
contigo.
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